quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Poema - A velhice e as estações




Dizem que a velhice é como o inverno
As folhas caem e não voltam mais
Tudo se faz seco e frutos não se colhem mais
Os tempos passam
E jamais vi um ano que após o inverno não viesse o verão
e entre eles a colorida e radiante primavera
A velhice são as quatro estações
É verão quente como coração que quer dar amor
Outono sereno de equilíbrio com ventos de calmaria
É inverno gelado como as decepções na vida
Primavera florida, colheita da vida...
E o ciclo se repete
Novo ou velho, aprendemos quando se perde
Acertando ou errando, crescemos quando tudo se repete
Cabelos brancos ou pintados, a cor da vida é a que diverte
Aposentado ou empregado, amar é que enriquece
Podem passar os dias, podem passar os anos
Norte ou sul, leste ou oeste
Sete ou setenta, vinte ou cinquenta.
Dia ou noite, chuva ou sol
A velhice é para todos
A velhice são os que vencem
E passam por todas as gerações
Outono e inverno, primavera e verão
Até chegar nela e se fazerem.

postado por: Kamila

Crescimento populacional dos idosos




As pessoas com mais de 60 anos constituem 8,6% da população do Brasil, que eqüivale a 15 milhões de pessoas. Em 1940, a porcentagem era só de 4% e, em 2020, a previsão é de 15%. Os números apontam para um crescimento progressivo e consistente da população idosa no nosso país, que, por isso, foi definido "um país jovem de cabelos brancos".
O aumento da expectativa de vida no Brasil deve-se às melhores condições sociais e econômicas, sobretudo no nível sanitário, aos avanços científicos e ao rígido controle demográfico, que diminuiu a taxa de fecundidade nos últimos anos. Não são muitos os idosos que se conformam com sua condição, menos ainda aceitam ser chamados de "velhos", uma palavra que contém um significado negativo. Esta resistência é de todos os tempos e culturas, porque o ser humano quer uma vida longa, mas, ao mesmo tempo, sonha não envelhecer.

Esse fenômeno aumentou muito, especialmente agora, em nossa sociedade que valoriza só a eficiência, a produtividade, a juventude, a beleza, a força, a saúde. O processo de produção, a lei do mercado dominada pela concorrência, o consumismo, criam uma mentalidade - difundida pelos meios de comunicação - que penaliza o idoso. "Hoje existe um verdadeiro culto ao corpo, com a valorização da beleza física e da juventude. Veja-se a multiplicação das academias de ginástica e condicionamento físico, cirurgias plásticas, cosméticos e drogas que prometem milagres, buscados, sobretudo, quando a percepção do próprio envelhecimento começa a atrapalhar com o aparecimento das primeiras rugas, dos cabelos grisalhos, da pele mais ressecada.

A ideia subjacente a essas práticas é a de que a velhice feliz consiste em parecer jovem, o que leva muitos idosos a valorizarem excessivamente a juventude que possuíram, “vivendo do passado e desconhecendo os valores de sua própria velhice”. Nesse contexto, "o idoso é considerado um peso, alguém que onera a sociedade e não lhe fornece benefícios econômicos de forma direta. Agravam a situação vários preconceitos difusos na mentalidade comum e, às vezes, incorporados pelos próprios idosos, que os apresentam como incapazes, limitados, ineficientes.

O problema fundamental consiste no fato de que o idoso não é considerado pelas suas características
peculiares, e sim por aquilo que "não é" ou "não é mais". Mas olhando sua situação do ponto de vista positivo, descobrem-se as grandes riquezas que a velhice possui e pode oferecer às outras idades. "Os anciãos", afirmava João Paulo II, "ajudam a contemplar os acontecimentos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais experimentados e amadurecidos. Eles são guardiães da memória coletiva e, por isso, intérpretes privilegiados do conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social".

postado por: Kamila Santana

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

No cotidiano da vida, no dia-a-dia, vemos as mais diversas formas de discriminação. O envelhecimento é talvez uma das mais concorridas. Contudo, hoje, entidades estão lutando pelos direitos dos cidadãos idosos, providenciando o cumprimento de leis existentes, e por medidas mais eficazes que inibam e coibam atitudes de maus tratos, deseducadas e a falta de urbanidade do qual o idoso é alvo frágil e fácil.

Idade e cultura
Costuma-se dizer que a idade determinante da velhice é 65 anos, quando se encerra a fase economicamente ativa da pessoa e começa a aposentadoria. Contudo a Organização Mundial da Saúde, através de estudo e levantamento estatístico mundial, elevou essa idade para 75 anos, devido ao aumento progressivo da longevidade e da expectativa de vida.
Em muitas culturas e civilizações, principalmente as orientais, o velho, o idoso é visto com respeito e veneração, representando uma fonte de experiência, do valioso saber acumulado ao longo dos anos, da prudência e da reflexão. Enquanto em outras, o idoso representa "o velho", "o ultrapassado" e "a falência múltipla do potencial do ser humano".
As mudanças
A velhice é um processo pessoal, natural, indiscutível e inevitável, para qualquer ser humano, na evolução da vida. Nessa fase sempre ocorrem mudanças biológicas, fisiológicas, psicossociais, econômicas e políticas que compõe o cotidiano das pessoas.
Há duas formas básicas de ocorrer essas mudanças, de maneira consciente e tranquila ou ser sentida com grande intensidade, tudo dependerá da relação da pessoa com a velhice. Os sinais característicos dessas mudanças são nítidos por conta da ação do tempo e social. Vejamos abaixo alguma delas:
  1. Mudanças Físicas: gradual e progressivas: aparecimento de rugas e progressiva perda da elasticidade e viço da pele; diminuição da força muscular, da agilidade e da mobilidade das articulações; aparição de cabelos brancos e perda dos cabelos entre os indivíduos do sexo masculino; redução da acuidade sensorial, da capacidade auditiva e visual; distúrbios do sistema respiratório, circulatório; alteração da memória e outras.
  2. Mudanças Psicossociais: modificações afetivas e cognitivas: efeitos fisiológicos do envelhecimento; consciência da aproximação do fim da vida; suspensão da atividade profissional por aposentadoria: sensação de inutilidade; solidão; afastamento de pessoas de outras faixas etárias; segregação familiar; dificuldade econômica; declínio no prestígio social, experiências e de valores e outras.
  3. Mudanças Funcionais: necessidade cotidiana de ajuda para desempenhar as atividades básicas.
  4. Mudanças Sócio-econômico: acontecem quando a pessoa se aposenta.
Uma geração só vai se preocupar com o envelhecer quando sente que esta nova fase da vida está se aproximando, produzindo sensações de desconforto, ansiedade, temores e medos fantasiosos. Freqüentemente essa ansiedade gera a falta de motivação levando-o a uma depressão, repercutindo organicamente e acelerando o envelhecimento ou provocando distúrbios e dificuldades de adaptação a um novo contexto social.
Estudos recentes comprovam que o avanço da idade não determina a deterioração da inteligência, pois ela está associada à educação, ao padrão de vida, a vitalidade física, mental e emocional. Também é preciso perder o preconceito sobre a idade cronológica das pessoas. Pode-se afirmar que há jovens com 20, 40 ou 90 anos de idade, tudo dependerá da postura e do interesse de cada um.
A sociedade e o mercado de trabalho
Vale fazer um alerta importante, só na América do Sul estima-se que no início deste novo milênio mais de 30 milhões de pessoas estarão com idade acima de 60 anos. No Brasil, só o Estado de São Paulo representará quase três milhões de pessoas ou cerca de 8% dessa população. O aumento desta população tende a expandir ainda mais nas próximas décadas, o que justifica o interesse e a preocupação da sociedade e do governo em criar ações para tratar questões ligadas à velhice.
Hoje todas as empresas precisam vencer os desafios da competitividade e da globalização do mercado comercial. Assim algumas empresas, vêem como saída para esse problema o sangue novo, dispensando os mais velhos de casa e de idade e contratando pessoas mais jovem, mais dinâmicas que consigam alavancar a empresa. Será que essa atitude é correta? Talvez não, dependendo do número de colaboradores que estejam nessa condição a empresa poderá perder seu know-how, sua identidade e empregados que conhecem detalhes do serviço. Além do que essa forma de dispensa poderá ter consequências diretas na perda de sua produtividade e motivação de mão-de-obra, pois quem ficou terá receio que no amanhã isso também poderá acontecer com ele.
Outras empresas para enfrentar os mesmos desafios, utilizam-se da reengenharia de cultura empresarial fazendo um planejamento para os próximos dez anos, assim, se elas tiverem colaboradores alcançando a aposentadoria nesse período poderão programar a saída desses e treinar os mais novos. Gerando uma nova equipe já entrosada, motivada e preparada para multiplicar essa cultura à próxima geração. Uma empresa com pessoas novas e dinâmicas mesclada com pessoas mais maduras, conscientes e experientes, com toda a certeza terá resultados de mercado muito melhores.
Agora, há momentos que não tem outro jeito. É preciso cortar pessoas, os escolhidos serão os mais velhos, não por preconceito mas por necessidade. Então é necessário prepará-los para essa nova realidade, amparando-os, com programas sociais e profissionais, para que aprendam e façam sua escolha de qual o melhor caminho a seguir - se vai procurar outro emprego, dar informações de como fazer, se vai abrir um negócio mostrar como proceder e no caso de simplesmente se aposentar, mostrar como levar uma vida com qualidade. Certamente toda empresa que agir desta forma terá um bom retorno desse investimento, a repercussão positiva na equipe e garantido que as suas metas e objetivos sejam atingidos face à motivação de todos.
Talvez uma das melhores saídas para esse problema seja o Programa de Preparação para a Aposentadoria - PPA, que possui caráter informativo e formativo possibilitando que essas pessoas realizar reflexões, tomar consciência do processo de envelhecimento e quais as atitudes a serem tomadas diante das alterações relacionadas aos aspectos econômicos, sociais e familiares no momento da aposentadoria. As empresas que estão oferecendo o PPA aos seus colaboradores estão colhendo como vantagens nessa relação: a renovação do seu quadro; exercício da responsabilidade social na comunidade; aumento no nível da produtividade; repasse de know-how; motivação e a participação nas metas; imagem positiva da empresa no mercado e a elevação da qualidade de vida no trabalho.
Aposentadoria, trabalho e capacidade
Toda aposentadoria tem suas implicações negativas. É preciso rever essa atitude de aposentar seres inteligentes e capazes de dar muito mais de si pelo mercado de trabalho. A alta competitividade de mercado e o preconceito pela idade tem sido causas frequentes para a dispensa dessa força de trabalho mais experiente, a qual poderia ser recolocada e bem aproveitada.
Recentemente uma empresa publicou uma pesquisa sobre tendências na área de empregos e apresentou uma novidade: o número de vagas com preferência para candidatos maduros, com mais de 40 anos, aumentou mais de 15% nos dois últimos meses de 1999. Os candidatos maduros estão melhor preparados e as empresas descobriram que o preconceito estava provocando a perda de oportunidades para a contratação de talentos já comprovados.
Quando um profissional deixa a empresa e o ambiente em que era respeitado, ele passa a enfrentar o preconceito em relação à idade. Como consequência ele primeiro se revolta, depois busca novas forças e motivações para enfrentar as dificuldades. Com isso ele aprende, desenvolve novas competências e surpreende o mercado de trabalho.
Discriminação
Enfim, o envelhecimento não pode ser visto pela sociedade, família e empregador sob os olhos da discriminação. Não só as pessoas envelhecem, as gerações também envelhecem, sem dar conta dos segundos, minutos, dias, semanas, meses e anos. O envelhecimento irá alcançar com toda certeza a todos, é preciso agir de forma concreta, segura e rápida contribuindo com ações eficazes para resguardar uma etapa da vida humana com maior dignidade, qualidade e respeito. 
Jovem, ao encontrar uma geração mais velha,
pense bem nisto antes de mais nada:
" Ele sou eu amanhã.
Ele, hoje, representa o respeito que quero
ter também, amanhã . "
Postado por: Geovanni

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pesquisa Internacional revela que o Brasil é a nação mais otimista com a velhice; e os brasileiros esperam mais cuidados da família nessa fase.

Estudo feito em 20/09/2010
A pesquisa da multinacional de seguro de saúde Bupa, conduzida pela universidade London School of Economics, foi feita com mais de 12 mil entrevistados em junho deste ano. No Brasil, 1.005 pessoas foram ouvidas.
Os brasileiros são os que mais esperam ser sustentados pela família na velhice, segundo essa pesquisa feita em 12 países.
Três em cada quatro brasileiros entrevistados disseram acreditar que sua família vai sustentá-los na velhice.
Os brasileiros também estão entre os que mais acreditam que a responsabilidade de ser sustentado na velhice é dos seus familiares - dois em cada três entrevistados manifestaram esta visão.
Planejamento
O estudo também revelou que os brasileiros são os que mais têm expectativas positivas sobre chegar à terceira idade - 17%.
Os brasileiros só perdem para os franceses na "sensação" de juventude. Entre os entrevistados com 65 anos ou mais, 72% disseram que não se sentem velhos, e 67% se declararam saudáveis.
No Brasil, 46% dos entrevistados não se preocupam em envelhecer. Além disso, 17% dos entrevistados encaram com bons olhos a terceira idade, o maior índice registrado no mundo todo. Porém, 64% dos brasileiros não se preparam para a velhice, em termos de reservar dinheiro ou de pensar em como ser assistido no caso de não poder cuidar de si próprio. Apenas 7% reservaram algum dinheiro e 76% acreditam que a família estará lá para dividir o ônus de cuidar deles.
Um relatório feito pela London School of Economics (LSE) e divulgado ontem revela que a 'rede informal de assistência' (o padrão tradicional de famílias cuidando de seus idosos) está se desintegrando, enquanto o número de idosos carentes de assistência vem crescendo.
Os brasileiros também estão entre os que menos atribuem ao Estado o papel principal no sustento das pessoas idosas. Menos de 10% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade maior no cuidado de idosos é do Estado.
A pesquisa revelou que a principal preocupação das pessoas ao chegar à velhice é com doenças como câncer (para 34% dos entrevistados nos 12 países) e demência (23%).
Outros dados:
95% dos brasileiros não se consideram velhos (dado de entrevistados acima 54 anos)
96% acham que a assistência governamental ao idoso precisa melhorar.
84% dizem que o padrão de assistência ao idoso no Brasil é pobre.
39% acham que o Estado deve bancar a assistência ao idoso somente para pessoas de baixa renda, enquanto apenas quatro em cada dez (42%) acreditam que o benefício deveria ser para todos.
Apenas 3% pensam que o governo cuidará deles em sua idade avançada  
32% acreditam que vão morrer de velhice.
 A maioria dos idosos (81%) tem alguma doença como hipertensão, dores nas costas, diabetes e doenças cardiovasculares.
No Brasil, 49% dos idosos são analfabetos funcionais.

g1.globo.com/brasil/.../2010/.../brasileiros-sao-os-que-mais-esperam-cuidados-da-familia-na-velhice-diz-estudo.html –

Postado por Kamila Santana